Apresentei para a Anita esses dias um amigo muito querido meu, o Aniceto. Ele é um menino magrinho como o dedo mindinho, não gosta muito de comer, chora para ir na escola e é um pouquinho mau caráter. Coisa simples, como tentar enganar o Coelhinho da Páscoa e o Papai Noel. Com um detalhe, ele sempre se dá mal.
Eu fui apresentada a ele quando eu era criança. Quem me contou suas aventuras foi a minha avó Anita. Ela por sua vez, ouviu as histórias do Aniceto da mãe dela, minha Bisa Luiza. (Fácil identificar a origem dos nomes das minhas filhas, né).
Minha avó já inventou dezenas de histórias. As crianças da família sempre chegam para ela e pedem "Vó Nita, conta uma história do Aniceto! Mas eu quero uma inédita!". Até hoje eu me admiro com a sua capacidade de criar as histórias. Tem também aquelas que fazem muito sucesso e a criançada quer ouvir de novo. É muito engraçado ver as crianças corrigindo um detalhe ou outro que ela acaba mudando.
A histórias sempre tem um pézinho na realidade da criança que está ouvindo. É um jeitiho sutil de dar uma dica ou outra sobre comportamento, escola, família. As vezes a semelhança é tão grande que já teve criança interrompendo a história para dizer "É eu, né vó?".
Bom, seguindo esse raciocínio, eu me atrevi a inventar minha própria história. A Anita havia ganho uma bolsinha da minha mãe. Ela adorou. Coloca a bolsinha no braço, guarda coisinhas dentro, desfila com a bolsa. Resolvi contar a história do Aniceto que ganhou uma carteira do avô.
Aniceto: Mamãe, o vovô me deu esta carteira e se eu não usar ele pode ficar chateado, né?
Mãe: Isso Aniceto. Use sim. O vovô vai ficar muito feliz de ver que você gostou do presente.
Aniceto: (dengoso) Então mamãe...mas como eu vou usar a carteira se eu não tenho nem um dinheirinho para por nela?
Mãe: Ahh...é verdade. Deixa eu dar uma olhada na minha bolsa.
A mãe abre a bolsa e encontra uma nota de cinquenta reais e algumas moedas, num total de setenta e cinco centavos.
Mãe: Pronto Aniceto. Pode ficar com as moedas.
Aniceto: Não mamãe! Eu quero dinheiro e papel.
Mãe: Mas Aniceto, eu só tenho uma nota de cinqueta reais...não posso dar tudo isso para você.
Aniceto: Mas mamãe, o que eu vou comprar com setenta e cinco centavos???
Mãe: Ora, você pode comprar um bombom, balas...ou então você pode guardar e depois ir juntado mais algumas até você conseguir uma quantia que você possa trocar por uma nota de papel. É uma boa idéia, não? Prometo que sempre que eu tiver uma moedinha eu dou para você ir juntando.
Aniceto: Hum...tá...
Dez minutos depois...
Aniceto: Mamãe, tem mais moeda?
Mãe: Não Aniceto. Acabei de dar todas as minhas moedas para você.
Aniceto: Mas mamãe, assim vai demorar muito pra eu juntar as moedas.
Mãe: Paciência Aniceto... paciência...
Contei a história para a Anita, para o meu marido, meus pais e minhas irmãs. Afinal, todos conhecem o Aniceto. Queria saber se eu estava no caminho certo. A prova de fogo foi contar para a vó. E a resposta não poderia ter sido melhor. Ela disse que outro dia meus primos chegaram pedindo uma inédita e ela aproveitou para contar a minha.
Fiquei lisonjeada!
Um beijo Vó!
5 comentários:
Oi Gi!! Passei pelo seu blog e adorei... estou super feliz de vê-la assim... tao proximas e atenciosa com suas filhas!!! E acho q tudo deve ser feito com muita paciência ... e fique tranquila que com todo esse carinho suas filhas serão tão inteligentes e amorosas como vc ! BEijosss e vou acompanhar seu blog, mesmo que a Amanda já tenha passado por essa fase, aprender é sempre bom, nunca é demais!
Oi Gi
Seu blog ta lindo e eh muito gostoso de ler!!! Vc escreve muito bem!!! Vou contar para o Neto e Marina esta historia do Aniceto, acho que vao adorar! Eles sao fas ate hoje!!!
beijos e escreva sempre
Pati
Você poderia incluir o detalhe do "porta-mickeys" nesta história...vem bem a calhar...hahahaha
Porta mickeys para guardar as morredas.
irrrraaa urrrrraa
Que legal Gi!
Achei massa a iniciativa.
congrats.
be happy.
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